domingo, 19 de abril de 2015

Filme da Semana: Antes de Dormir



Oi, como vai?
Vocês já devem estar acostumados a ler apenas críticas positivas sobre os filmes que falo aqui na minha coluna dominical, e eu adoro indicar longas que amei e fazer com que vocês queiram assistir também. Acontece que nem tudo na vida são flores e, em meio tantos filmes bons que coloquei em minha lista para 2015 que já falei e que ainda virei a falar, surgirão alguns mais ou menos, e outros péssimos. Este é o caso de Antes de Dormir, sobre o qual falarei hoje.
O longa, de suspense, conta a história de Christine (interpretada por Nicole Kidman), que sofreu um acidente e por isso sua memória não retém mais os acontecimentos, se apagando sempre que dorme. Todas as manhãs, Christine acorda ao lado de um homem que não conhece, em uma casa que não sabe de quem é, para logo descobrir que se tratam de seu marido e sua própria casa. Ben (interpretado por Colin Firth), seu marido, a "introduz" de volta em sua vida, lhe explicando o que aconteceu: eu sou seu marido, somos casados há tantos anos, você sofreu um acidente, etc, etc.
Sempre que Ben sai para trabalhar, Christine recebe uma ligação de seu psiquiatra, Dr. Nash, que a instrui a encontrar uma câmera, onde grava todos os dias, antes de dormir, suas lembranças sobre o dia, para que possa relembra-las no dia seguinte. 
Tudo segue em paz até que descobrimos que a protagonista não sofreu um acidente qualquer: ela foi encontrada nua e coberta de sangue no estacionamento de um aeroporto, depois de ter sofrido um forte trauma na cabeça e ter sido deixada para morrer. Assim, sem se lembrar de nada, sendo ajudada por um psiquiatra em quem não conseguimos confiar inteiramente e um marido completamente suspeito, precisa descobrir quem realizou o ataque contra ela e o que realmente aconteceu naquela noite. 



É uma premissa muito legal, não é? Sim, é. Mas o uso que fizeram dela é ridículo. 
Acho muito interessantes histórias em que começamos no presente e tentamos descobrir o passado, enquanto acompanhamos os acontecimentos e descobrimos fato a fato do ponto de vista de um protagonista que não consegue se lembrar do que aconteceu (como é o caso do incrível livro Mentirosos). Isso foi o que me atraiu para o filme, que me pareceu muito interessante e conquistou minha atenção quase que instantaneamente.
O mais surpreendente é o quão medianas, beirando o ruim, são as atuações, mesmo com grandes atores no elenco. Colin Firth, vencedor do Oscar de melhor ator em O Discurso do Rei, e Nicole Kidman, de quem sempre ouvi elogios e esperei muito mais em um papel "complexo" como este. Não sei se é o roteiro que não ajuda ou os atores que simplesmente não sentiram vontade de atuar, mas sei que o resultado foi o pior possível, tornando os personagens rasos e chegando a incomodar (depois de ver muitos filmes seguidos com atuações estupendas, é triste me deparar com um longa cheio de atuações... assim). 
Sobre o roteiro, não tenho elogios a acrescentar: é pobre, raso, malfeito e cheio de inconsistências. Muitos atos são desnecessários e inconsistentes, e me pergunto até agora qual foi a intenção do roteirista ao coloca-los. Em certa cena, por exemplo, certo personagem (não contarei, porque vai que alguém tenha coragem para assistir) leva Christine ao local onde seu "acidente" aconteceu para convencê-la de algo, e me pergunto: por que cargas d'água se esse personagem quer convencê-la a gostar dele, a leva no pior lugar possível, onde já fez todas aquelas atrocidades com ela? E piora: sempre que este personagem pergunta algo a ela e ela responde, ele a bate! Sem mais nem menos! Simplesmente a agride. Lembrando que, teoricamente, isso era para fazer com que ela gostasse dele. Como ele pensou que conseguiria algo dessa forma? Tão malfeito que chega a ser paradoxal.
Sempre que um filme é ruim mas decidimos continuar, é porque esperamos algo de bom do desfecho. Realmente tive esperanças. Mas o desfecho só me ajudou a concluir que o filme foi um desastre total. Pobre, é incrivelmente malfeito como todo o resto e, quando tudo se conclui, apenas encarei a tela e pensei "mas já?". 
O longa chega a garantir uma surpresa ou outra com o passar do tempo, revelando novas informações e trazendo loucas reviravoltas. Mas isso não é o suficiente para consertar a grande tragédia que foi, e não consegue tirar o gosto de filme de Tela Quente que o filme traz tão forte. 
Temos exemplos de filmes que, mesmo que sejam ruins, servem como um bom entretenimento, ignorando-se qualquer aspecto técnico (e, muitas vezes, o bom gosto). Mas Antes de Dormir não consegue nem isso, sendo quase um insulto ao espectador, ignorando-se o bom gosto e o bom senso ou não.
Depois de muitos domingos falando sobre filmes maravilhosos, venho de modo a fazer uma indicação de filme que não deve ser visto. Afinal de contas, a premissa interessante pode pegar desavisados como eu era, e minha função é salvar-vos de uma hora e meia perdidas.

Espero que tenham gostado, até a próxima (com um filme bom, prometo) ;D

2 comentários:

  1. Oi! Tudo bem?
    Eu só passei aqui para lhe avisar que lhe indiquei para uma tag...
    Confere lá no Um baixinho nos Livros e espero que goste. Abraços.

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  2. Lembro-me da altura que em o livro foi lançado e eu queria muitooooo muito ler. No entanto, acabei por nunca o fazer, e quando saiu a adaptação não tive grande vontade de ver. E agora, após ler a tua opinião, não tenho mesmo vontade nenhuma.
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt

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