sábado, 28 de fevereiro de 2015

Leituras obrigatórias: estímulo ou calvário?

Oi, como vai?
Hoje estou aqui para trazer uma discussão sobre um tema que acho bastante pertinente: as leituras obrigatórias. As leituras obrigatórias são aqueles livros que a escola faz com que você leia para resolver alguma prova, algo que divide opiniões. Afinal, esses livros estimulam o aluno a ler, ou mostram àquele que odeia livros que literatura é algo realmente muito chato? 
Estou no segundo ano do ensino médio e, desde o quinto ano (pelo que me lembro, mas pode ter sido antes) no colégio tenho que ler livros para provas. Os livros de antigamente eram todos fofinhos, cheios de ilustrações, com histórias tranquilas e perguntas fáceis nas provas. Mas, como não poderia deixar de ser, o nível dos livros e das provas aumentou, até que hoje, no colegial, lemos clássicos da literatura brasileira e respondemos a questões com enunciados gigantes e complicados.
Hoje em dia, no colegial, entendo que devemos ler esses livros por causa das listas dos grandes vestibulares. A Fuvest, da USP, o vestibular da Unicamp, todos eles requerem a leitura de alguns livros clássicos da literatura brasileira. Essa lista muda de certo em certo tempo, e é dever das escolas, no colegial, fazer com que os alunos leiam e realizem estudos em cima desses livros para que cheguem a esta grande prova preparados para a pergunta que vier. Nesse campo, não há questão de ser um estímulo ou não, afinal a escola não está nem aí se você gosta de ler fora dela ou não, mas sim que você saiba o que acontece em determinada obra para que passe em uma boa faculdade. 
Mas, por trás de tudo isso, eu, como aluno, observo as reações dos colegas há muitos anos com relação aos livros que devemos ler, e são as mais diversas. Agora, no colégio em que estudo, recebo os livros com as apostilas, já com cara de estudos e não de literatura para, bem, nosso prazer. E posso ver muitos dos colegas deixando os livros completamente de lado, dizendo que pesquisarão resumos e ficará por isso mesmo. 
Certo dia, estava eu com uma colega quando ela me pediu o livro Contos, de Machado de Assis, para ler, pois tinha esquecido o dela em casa. Emprestei no momento, como o cidadão solidário que sou, mas percebi que ela dobrou completamente o livro pra ler, como se fosse uma dessas revistas de fofoca que trazem spoilers dos finais das novelas na capa. Mas o pior foi que, quando pedi a ela para que não segurasse daquela maneira, ela me indagou: "Mas você vai guardar esse livro depois?".
Fiquei um tanto perplexo, pois era óbvio que eu guardaria e que ela não faria o mesmo com o dela. O livro é dela, ela trata da maneira como quiser, mas foi muito estranho observar que, para ela (na verdade, para muitos), o livro era uma coisa descartável, que perderia completamente a utilidade após a prova. 
Ver o descaso com que as pessoas que não têm o costume (talvez o dom) de ler tratam os livros para provas me fazem pensar: qual é a utilidade deles para a formação de leitores, afinal de contas?
Muitos livros podem ser cansativos, como Iracema, de José de Alencar que, confesso, foi o único que recorri aos resumos por não conseguir ler de jeito algum (é uma escrita cansativa e uma história que, ao menos para mim, não trouxe nada de interessante), mas muitos dos livros trazem histórias muito boas e que mereceriam mais... consideração. 
Para uma pessoa como eu, que ama leitura, não é problema algum ler livros da escola, que trato com tanto zelo quanto trato os que compro/ganho, mas fico refletindo sobre o papel deles com aqueles que não gostam. Nunca é tarde para descobrir os prazeres da leitura mas, se aquela pessoa que não gosta de ler tiver que ler apenas livros complexos, que trazem uma linguagem quase estrangeira para ele, que ele será pressionado a terminar para responder a algumas questões, qual será o prazer nisso?
Conversando com alguns amigos há alguns anos, quando ainda estava no fundamental, descobri algumas escolas com esquemas mais interessantes: dos três ou quatro livros do ano, um poderia ser escolhido pelos alunos. Assim, cada um poderia descobrir do que gosta, e talvez, a partir daquele, começar a ler muitos outros que não fossem obrigatórios, só pelo prazer de ler. 
Entendo que isso não pode ser feito no colegial, justamente por causa da enorme carga de matéria e pelo fato de lermos esses livros por um motivo maior que não é a descoberta da leitura, mas, se desde o fundamental esse hábito é tratado de maneira obrigatória, como uma criança/pré-adolescente desenvolverá gosto por isso? 
Os livros obrigatórios, que teriam como objetivo principal estimular o hábito de leitura, pode acabar tornando a prática um calvário para os alunos e, aí, como fazer para que essa imagem seja mudada em suas mentalidades?
Nos meus primeiros dias de aula neste ano, um professor perguntou à sala quantos livros tinham lido no ano, tirando os obrigatórios. Respondi "por volta de trinta", o que foi uma resposta um tanto chocante para os alunos que, em suas respectivas vezes de responder, lançavam "hm... nenhum", ou, o que é pior: "nem os obrigatórios eu li". 
Fazendo uma breve pesquisa, já encontrei manchetes desanimadoras e que provam que as leituras obrigatórias não tem muita força no ato de formar um leitor. Pelo contrário:



A redução da leitura foi medida até entre crianças e adolescentes, que leem por dever escolar. Em 2011, crianças com idades entre 5 e 10 anos leram 5,4 livros, ante 6,9 registrados no levantamento de 2007. O mesmo ocorreu entre os pré-adolescentes de 11 a 13 anos (6,9 ante 8,5) e entre adolescente de 14 a 17 (5,9 ante 6,6 livros).
Fonte: Veja 

Para a supervisora da Fundação Educar DPaschoal, a queda no número de leitores se deve, principalmente, à falta de incentivo dos pais, mas essa é uma discussão para outro post. Como podemos perceber já nesse trecho, a leitura obrigatória nada está fazendo para formar novos leitores, com ou sem incentivo familiar. 
Agora lanço a vocês também essa discussão: você aí, que está lendo esse post, tendo um blog ou não, o que pensa sobre o assunto? Você acha que leituras obrigatórias ajudam a formar novos leitores, ou que acaba deixando-os com ainda menos vontade de ler?
O pior tipo de analfabeto é aquele que sabe ler, mas que não lê. E essa taxa de analfabetismo não para de crescer no Brasil. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Na caixinha de correio: O Limiar, David Baldacci



Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre uma novidade muito legal: sou um blog parceiro da editora Gutenberg!
Na verdade eu já era há um bom tempo, mas não soube que era parceiro porque provavelmente coloquei meu email errado ou não enviam email a todos os que se tornam parceiros mesmo (que são muitos). Descobri quando chegou uma carta da editora em minha casa, com um mapa e uma carta escrita pela protagonista de um novo livro que seria lançado. Me interessei já pela temática e o modo como divulgaram e, depois de entrar em contato com a editora, recebi o livro para resenha! 
Fiquei muito feliz, afinal não tinha parceria com nenhuma editora antes e, embora não seja esse o principal objetivo do meu blog, amo quando o Mundos na Estante me proporciona esse tipo de coisa. Confira algumas fotos do novo lançamento da editora!



Recebi dois exemplares de O Limiar. Não, a editora não enviou errado. Um deles, mesmo que não tenham me aconselhado a nada, decidi sortear aqui no blog! Quando eu terminar de ler, o que não demorará muito (embora eu tenha que terminar alguns outros antes), falarei sobre na resenha e iniciarei o sorteio. 
Confira a sinopse:

Vega Jane nunca saiu do vilarejo de Artemísia. Nem ela e nem ninguém. Isso jamais aconteceu porque ir além dos limites daquele lugar não é algo permitido. Até que um dia Quentin Herms, seu mestre e amigo, ultrapassa o limiar da cidade e desaparece rumo ao desconhecido e escuro Pântano, onde, segundo dizem, só há perigos, abismos e criaturas assustadoras com sede de sangue.

A fuga não é simples. Ele é violentamente caçado, mas deixa para trás uma trilha de pistas para a jovem: um mapa e um anel, que podem levá-la a descobrir o que há além do limiar de Artemísia, mas que ela deverá ocultar, sob pena de ser acusada de cumplicidade. Cada passo seu torna-se arriscado, e aos poucos ela percebe que aquele lugar e a vida que ela conheceu até então foram construídos sobre mentiras, capazes de fazer poderosos matarem para manter seus segredos. Mas Vega Jane se vê disposta a lutar pela liberdade, mesmo que a descoberta da verdade custe sua própria vida.

O livro parece ser muito bom, e mal posso esperar para ler. Fico muito feliz com a confiança que me foi depositada pela editora, e espero que essa parceria ainda renda diversos frutos de agora em diante!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Filme da Semana: Capitão Phillips



Oi, como vai?
Hoje, neste lindo domingo de Oscar, estou aqui para falar sobre um dos filmes que descobri entre os indicados na edição do ano passado da premiação que só consegui assistir neste ano (seguindo minha lista), e que já se tornou um dos melhores que assisti em 2015: trata-se de Capitão Phillips!
A cinebiografia nos conta a história de Richard Phillips, o capitão de um navio cargueiro que é sequestrado por um grupo de piratas somalis, liderados por Muse, no meio do oceano. Em busca de uma recompensa milionária, os piratas tomam como refém o próprio capitão, e aí se segue uma história tensa de vida ou morte, que envolve toda a marinha e equipes de resgate em operações especiais para que o capitão consiga voltar para casa e para sua família são e salvo. 


















A premissa é basicamente esta, e foi, certamente, o resumo de filme mais curto que já fiz. Mas isso já é o suficiente para introduzir muito bem a história do filme sem qualquer risco de spoilers, mesmo que seja uma história real e você provavelmente saiba como termina. 
Com um roteiro muito bem feito, o filme consegue transmitir toda a tensão da aproximação dos piratas, de quando eles finalmente invadem o navio e, bem, de tudo o que acontece depois.
Aliado ao roteiro, temos uma atuação espetacular de Tom Hanks que, nos momentos finais, conseguiu me deixar arrepiado e coroou o filme, que já é ótimo desde o princípio. 
A atuação de Barkhad Abdi, que interpreta o capitão pirata Muse, também chama bastante atenção. Li certa vez que ele e Tom Hanks se viram pela primeira vez na cena em que Phillips e Muse também se veem pela primeira vez, na invasão do navio, para que um clima tenso e de estranheza fosse mantido. E, por todo o longa, Abdi nos presenteia com o pirata que não é mau em si, mas que segue ordens de um chefe misterioso e sonha com a América (como se referem ao Estados Unidos, ignorando toda a quantidade de países que temos no continente. Mas tudo bem, não estamos aqui discutindo a cultura imperialista estadunidense no momento). 
Eu não costumava ver cinebiografias, mas estou vendo cada vez mais e me interessando muito por esse tipo de filme. A história que o longa retrata se passou em 2009, e, baseando-se num livro publicado pelo próprio Richard Phillips (A Captain's Duty, lançado em 2010), o filme estreou em 2013 e concorreu ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, entre outras.
Quando assisto a filmes que descobri em premiações, busco analisar os quesitos em que concorreu e tentar entender se foi mesmo merecido. Mesmo que não tenha vencido em nenhuma, no caso de Capitão Phillips todas as indicações foram mais do que merecidas, e, ao meu leigo ver, ainda acredito que uma indicação de Melhor Ator para Tom Hanks também seria completamente merecida.
Mais um filme que recomendo muito, e que acho que todos deveriam conhecer e apreciar, vale muito a pena! 

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Quinta temporada de Game of Thrones matará personagens que ainda não morreram nos livros!



Esse título pode ter soado como uma daquelas manchetes assustadoras e sensacionalistas estampadas com letras gigantescas nas capas de jornais para que as pessoas comprem. Mas, neste caso, não há exagero algum: segundo George R. R. Martin, o autor dos livros da série As Crônicas de Gelo e Fogo, declarou que a quinta temporada da série Game of Thrones trará a morte de muitos personagens que ainda não morreram no livro! 
"Personagens irão morrer, mesmo aqueles que ainda não morreram nos livros, então até mesmo os leitores ficarão infelizes," Martin declarou, "então é melhor todos estarem preparados"
Uma das coisas mais comentadas no fandom, depois da incrível quantidade de mortes, é a demora de George para publicar os novos livros. Enquanto a série tem uma temporada por ano, um livro demora muito, mas muito mais para sair. Então não é novidade que, a qualquer momento, a série ultrapassaria a história dos livros. 
A quinta temporada adaptará o quarto e o quinto livros, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões, que se passam simultaneamente, porém abordando personagens diferentes da história. Pelas imagens dos bastidores e novidades que foram divulgadas, o final da temporada já conterá os acontecimentos do final do quinto livro e, com Os Ventos do Inverno ou não, a sexta temporada virá. 
Mas as mudanças já começarão a surgir nessa temporada mesmo. Na quarta, tivemos alguns exemplos de mortes de personagens que não morreram no livro, como Jojen Reed, e também nós, leitores, fomos pegos de surpresa com uma cena envolvendo os White Walkers que nunca lemos nas obras de Martin. 
O seguimento da história demanda que cada vez mais plots ultrapassem o ponto em que os livros pararam e parece que, nesta temporada, os leitores, que geralmente sabem o que esperar, sejam pegos de surpresa tanto quanto aqueles que só acompanham na televisão. 



Martin ainda comenta a confirmação de uma sexta e sétima temporadas da série pela HBO, dizendo que é normal da empresa renovar de duas em duas temporadas e que espera que, ao final da sétima, uma oitava e uma nona sejam confirmadas.
"Aconteça o que acontecer com a série, eu terminarei os livros", afirma George, que também confirma que se tratarão de sete livros: "Eu tenho mais dois livros, o que eu estou escrevendo agora, Os Ventos do Inverno, e depois desse o último livro, O Sonho de Primavera. Eles serão os dois livros finais. Mas estamos falando de 3000 páginas de material. Quantas temporadas isso irá requirirá? Isso é com D.B. e David [os criadores da série]". 
Essa informação me deixou ainda mais ansioso para a chegada da quinta temporada, que se mostrará ainda mais surpreendente do que já era quando eu sabia de tudo o que poderia acontecer. É fato que a série acabará se distanciando um pouco dos livros, por questões de orçamento e de adaptação em si para a televisão, mas ainda assim confio nos criadores e na história criada por Martin, e aguardo ansiosamente para ver no que vai dar. 
E vocês, quais são as suas expectativas para a quinta temporada de Game of Thrones?

Até a próxima ;D

Fonte: Hypable

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Filme da Semana: Her (Ela)



Oi, como vai?
Hoje estou aqui, em mais um domingo da minha coluna cinematográfica (que estou amando escrever, nossa), para falar sobre um filme um tanto peculiar, mas ainda assim muito bom e digno de atenção: Her.
O longa nos apresenta Theodore, um homem solitário que trabalha escrevendo cartas para pessoas que não conhece a pedido de outras. Sim, há um escritório especializado para isso. Lá ele escreve agradecimentos, recados de homens que se encontram longe de casa para suas esposas, cartas de filhos para mães, entre muitos outros tipos. É um homem sentimental, porém que não tem a quem dedicar todo esse sentimento.
Nas ruas, todas as pessoas andam com pequenos fones de ouvido, que funcionam como um moderno computador ativado por um assistente de voz, que lê emails, escreve, envia mensagens, como uma evolução dos nosso smartphones de hoje.
Theodore tem apenas uma amiga verdadeira, Amy (interpretada pela amorzão Amy Adams, que está em um relacionamento conturbado com seu marido), e vive dia a dia na solidão. Até que uma nova tecnologia é lançada: novos tipos de assistentes de voz, que não somente ajudam o usuário, mas que apresentam consciência, quase como uma pessoa de verdade, e que poderão ajudar não só nas tarefas básicas diárias, mas em conselhos e coisas mais pessoais.
Um pouco desacreditado, Theodore resolve comprar o software para experimentar. E é aí que entra a personagem de Scarlett Johansson, Samantha, uma... voz. Ela se mostra surpreendentemente humana para seu dono, e, indo com ele para qualquer lugar dentro de seu fone de ouvido, começa a ser construída uma amizade, que, como era de se esperar, evolui para algo maior.
Sim, Theodore se apaixona por sua assistente de voz. Com ela, é como se houvesse encontrado a parceira perfeita, e para de se preocupar em encontrar uma pessoa "de carne e osso" para lhe fazer companhia. À partir daí, diversos conflitos se desenrolam, e é aqui que paro de dar detalhes sobre o enredo, para que não corra o risco de soltar qualquer spoiler.



Delicado, o filme nos presenteia com um ótimo roteiro e personagens muito profundos, conseguindo dar profundidade emocional até a uma assistente de voz. Aliado a isso, temos as grandes atuações do longa, principalmente a de Joaquim Phoenix, que interpreta Theodore. Até mesmo Scarlett Johansson não deixa a desejar, mesmos sendo apenas uma voz em todo o filme.
É evidente e interessantíssima a crítica feita à dependência da tecnologia. Podemos observar o quão ridículo é cada um andando sozinho na rua, falando apenas com seus assistentes de voz, e como fazemos basicamente a mesma coisa nos dias de hoje, apenas com nossos celulares ou fones de ouvido. É como uma grande metáfora feita para nos mostrar como, muitas vezes, acabamos substituindo relações "verdadeiras", mais pessoais, por relações virtuais e, muitas vezes, sem valor.
A fotografia do filme também é maravilhosa, de encher os olhos e tornando o longa uma ótima experiência em todos os sentidos.
Pode ser um filme bem parado, sim, mas na maioria dos casos é nesses filmes parados que encontramos muito conteúdo (que muitas vezes é deixado de lado em filmes de ação e muita correria), portanto ser parado não é necessariamente uma reclamação.
É, certamente, um filme muito recomendado, que vale muito a pena!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Descongestionando a estante


Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre uma espécie de desafio que propus a mim mesmo, e que decidi compartilhar porque, além de poder inspirar quem também se encontra na mesma situação que eu, servirá como um estímulo a mais para que eu consiga cumprir a tempo. Trata-se do "Descongestionando a estante"!
Adoro observar minha estante e fazer uma "contabilidade" dos livros que lá estão: os que eu já li, que ainda lerei, que gostei, que odiei, etc. Em uma dessas vezes, percebi que tinha muitos livros que ainda não li. E que todos eles ganhei de aniversário ou comprei na Bienal (o que dá na mesma, já que preferi ganhar dinheiro de presente para poder gastar lá). Ganhei, ao todo, quinze livros (doze comprados no evento)... e li apenas quatro. 
Com o passar do tempo, fui comprando novos livros e os que ganhei foram ficando de lado, e ficando, e ficando, e, quando percebi, o ano acabou e eu não tinha lido nem metade. Isso me motivou a fazer essa lista com os livros sobre a qual falarei agora e a pensar neste desafio, que tem como objetivo não deixar os livros completarem um ano de vida em minha estante sem terem sido lidos. 
Vamos lá?

1. O Fantasma de Canterville



Comprei este livro em um estande de "qualquer um por dez reais" e acabou se revelando uma leitura bem agradável no primeiro conto (que dá nome à coletânea). Acontece que o segundo já não foi de tanto agrado assim e o livro já foi mortalmente deixado de lado. Agora é hora de ressuscitar sua leitura e terminar o pouco que falta. 

2, 3, 4. Morte na Mesopotâmia, A Mansão Hollow, Os Relógios



Não é segredo minha paixão por Agatha Christie e, na Bienal, comprei diversas obras dela. Porém acabei só lendo uma no ano passado, o que me deixou resignado a tirar esse atraso no ano de 2015. 

5. O Aprendiz de Assassino



Confesso... comprei este livro por estar muito barato mesmo. Era uma promoção imperdível, e a frase de George R. R. Martin na capa me levou a botar fé e comprar de olhos fechados. Mas a leitura não foi tão agradável e fluida como imaginei, e, depois de quase me matar de sono em alguns momentos, resolvi deixar de lado. Acredito que a história seja muito interessante, só não comecei no momento certo. Agora, então, começarei o livro novamente e espero gostar o tanto que imaginei que gostaria quando o peguei na prateleira.

6, 7, 8. Persuasão, Mansfield Park, Emma


A Bienal ocorreu pouco depois de eu terminar Orgulho e Preconceito e, no amor que eu estava pela autora, comprei todos os livros que consegui achar. Tudo estava lindo até eu começar a ler de fato e perceber que não são nada como a obra que adorei da autora, e fiquei bem desanimado. Também acredito que não os peguei em um momento certo, e espero conseguir começa-los novamente e restaurar o amor por Jane Austen.

9. Tropa Nerds 



Comecei a ler este livro muito divertido que ganhei de um dos meus professores no meu aniversário e adorei, mas pouco tempo depois de ter começado a leitura deste, me foram entregues os livros de Robert Galbraith que eu havia comprado, e não pude fazer nada a não ser começar O Chamado do Cuco o quanto antes. Agora pretendo pegar Tropa Nerds com exclusividade e lê-lo da maneira que merece.

10. Game of Thrones: o livro dos bastidores



Não é exatamente um livro para se ler como os outros, já que conta informações dos bastidores de uma de minhas séries favoritas e não uma narrativa em si. Então estou lendo aos poucos, de tempos em tempos pegando e lendo mais uma parte. Mas pretendo fazer isso com mais frequência, e terminar preferencialmente até abril, quando começará a quinta temporada da série. 

Bem, esses são os livros que, no dia 23 de agosto (o sábado da Bienal), completarão um ano de vida e de abandono na minha estante. Alguns deles ganhei depois, mas contarei como o dia 23 para ter uma data fixa. Até lá, pretendo ter lido o máximo de livros desta lista possível, e, inspirado por um dos novos projetos da vlogger Tatiana Feltrin, decidi adotar uma regra: para parar de comprar tantos novos livros e deixar os mais antigos de lado, instituí que só comprarei um livro novo quanto tiver terminado cinco não-lidos da estante. Sou um consumidor um tanto compulsivo quando se trata de livros (daqueles que quando ganha vinte reais já pensa em qual livro poderá comprar com eles), e não sei se conseguirei, mas vou ser forte para poder dar uma chance aos meus mais antigos. 
Se você "sofre" (entre aspas porque não é nenhum sofrimento ter muitos livros na estante para ler) do mesmo problema, junte-se a mim! Pense nos livros que você deixou largados há muito tempo na estante e retome-os ou comece-os. Porque melhor do que uma estante cheia de livros, é uma estante cheia de livros que já lemos. Terá um gostinho muito melhor fazer a contabilidade no futuro!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Vamos falar sobre: How I Met Your Mother



Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre uma série que terminei ainda no final de 2014 mas que, até hoje, não consegui organizar meus pensamentos e sentimentos com relação a ela para escrever um bom review. Trata-se da comédia How I Met Your Mother, uma das séries mais divertidas e cruéis que já tive o prazer de ver. 
HIMYM, como o próprio nome sugere, trata-se de um homem, Ted Mosby, contando para seus dois filhos adolescentes a história de como conheceu sua mãe. História esta que nos é contada ao longo de nove temporadas, que passam num piscar de olhos.
Ao longo dos episódios, conhecemos Ted e seus amigos, Barney, Marshall, Lily e Robin, aquele típico grupo de amigos que todos gostaríamos de ter.
Ted é um arquiteto cujo maior sonho é ter um prédio com sua assinatura modificando a silhueta de Nova York. Bastante sonhador, busca em cada mulher encontrar >aquela<, a única que se tornará mãe de seus filhos e com quem ficará "até que a morte os separe". Essa busca pela tão aguardada mãe é justamente o que move a série, aliado, é claro, pelos personagens muito carismáticos e suas tramas.
Barney é o pegador do grupo, que vive dentro de caros ternos e usa de artimanhas, presentes, inclusive, em um livro que ele próprio escreveu, para conquistar garotas em basicamente qualquer lugar a que vai. 
Marshall e Lily são aquele casal que, convenhamos, todo mundo (menos os Barneys, obviamente) gostaria de ser: juntos há muitos anos, desde o início da faculdade, os dois conhecem mais um ao outro do que a si próprios, e se complementam e ornam em todos os sentidos possíveis. Isso não os impede de passar por muitos maus bocados ao longo da série, nos quais você chega a temer que o único casal que você acreditava estar garantido na história talvez possa acabar. 
Por fim, temos Robin, uma canadense (fato que é zoado durante toda a série) que foi trabalhar como apresentadora de um telejornal em Nova York e se encontra sozinha na cidade. Até que conhece Ted, que se apaixona por ela, e, depois de muitas "aventuras", digamos, acaba por se tornar um membro integral do grupo.



Sim, é uma série de comédia. Mas te deixará mal e te levará às lágrimas com mais frequência do que você imagina. E isso é uma das coisas que mais admiro na série: consegue mesclar muito bem os momentos de riso com os momentos de choro, fazendo com que uma série de comédia não se torne dramática demais mas, ao mesmo tempo, também não seja zoeira demais. 
As relações entre os personagens são muito bem construídas e bastante sólidas. Percebemos o poder da amizade entre eles, e o quão longe cada um irá desde que seja ao lado de um amigo. 
Casais se formam, se rompem, novos casais se formam, novos casais se rompem, e diversas tramas fazem com que os pouco mais de duzentos episódios (de vinte minutos) passem num piscar de olhos. 
Mesmo que o episódio piloto pareça um pouco forçado, agradeço por não ter desistido ali. A série e os personagens amadurecem muito e, quando você chega ao último episódio da última temporada, os olhos se enchem de lágrimas só de lembrar todo o caminho que percorreram e como mudaram. 
Esse último episódio é bastante polêmico, por ser odiado por aproximadamente 99% dos fãs. É, de fato, muito cruel pelos acontecimentos, e um pouco mal feito na forma como foi montado: a última temporada se passa praticamente inteira acerca de um único acontecimento para, nesse último, muitos fatos e uma enorme passagem de tempo ser jogada na sua cara. Torna metade da nona temporada inútil, ou uma décima temporada mais do que útil. Mas, ainda assim, consegue concluir bem o que começou e, mesmo me deixando um pouco revoltado, não acredito que deva ser levado em consideração por alguém que deseja começar a série, que recomendo extremamente.
Não sou muito fã de séries de comédia, justamente por achar zoeira demais e drama de menos (e eu adoro drama, não há como negar). Mas How I Met Your Mother agrada nesses dois sentidos, e te conquista facilmente.
Ainda pretendo ver Friends, que é um pouco maior do que HIMYM, mas preciso de uma boa dose de coragem (ou talvez loucura, o que me levou a começar a jornada de Ted Mosby). Desde que conheci a premissa da série me interessei, e me lembro de um dia em que queria começar uma série nova por estar um tanto cansado das minhas e simplesmente abri a primeira que vi pela frente no painel da Netflix. Não me arrependo nem um pouco disso, pelo contrário! 
Recomendo muito a série e, se você tem preguiça de começar ou se sente acuado pelo tamanho, recomendo também uma boa dose de loucura para dar o primeiro play. Você não irá se arrepender!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Filme da Semana: Nightcrawler (O Abutre)


Oi, como vai?
Hoje eu estou aqui para falar sobre o espetacular Nightcrawler, protagonizado por Jake Gyllenhaal!
O filme conta a história de Louis Bloom, um homem desempregado que passa por dificuldades financeiras e busca meios controversos para se manter: tanto procura emprego, quanto furta coisas para tentar vender depois.
Em uma dessas expedições fracassadas em busca de um emprego, Bloom se depara com um acidente na estrada. E, lá, encontra uma equipe de homens que filma acidentes e outras tragédias para poder vender aos canais de televisão.
Vendo nisso uma boa maneira de conseguir dinheiro, Louis decide entrar no ramo. Passa a filmar tragédias, encontra um assistente, Rick, e lucra cada vez mais vendendo suas gravações, que conseguem chegar bem perto das vítimas e recordar imagens chocantes, a um canal sensacionalista de televisão.
Louis nunca foi um homem comum, e esse seu jeito se acentua conforme se embrenha nesse submundo: se torna cada vez mais frio, cada vez mais ambicioso, e se vê envolvido em um caso muito mais sério do que imaginava.



Não darei mais detalhes, porque não quero dar spoilers de um filme que considero obrigatório desde já. É simplesmente o melhor filme que vi no ano (até então), e um dos melhores de todos.
Eu geralmente não faço isso em meus posts de "Filme da Semana", mas, por se tratar de um filme mais recente, não consigo resistir, confira o trailer!



O que mais chama atenção é a espetacular (e com esse adjetivo ainda não consigo demonstrar o quão boa é) atuação de Jake Gyllenhaal. Ele assume uma postura completamente diferente, e uma expressão um tanto insana e assustadoramente real.
Louis Bloom é um dos personagens mais complexos dos filmes que já vi, e a atuação de Jake consegue captar isso muito bem e tornar tudo muito crível.
Com um ótimo roteiro, que consegue mesclar muito bem cenas de ação com cenas mais calmas, ainda assim sempre permeadas de muita tensão, te prende durante toda a sua duração (quase duas horas), e não te deixa desgrudar da tela.
Com um desenvolvimento incrível e todos esses outros elogios que não consigo parar de deferir ao filme, é um longa que você certamente não pode deixar de ver.
Extremamente recomendado!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Filme da Semana: Now You See Me (Truque de Mestre)



Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre este filme zoeiro e surpreendente até demais, Truque de Mestre! 
O longa conta a história de quatro mágicos de rua, que alcançavam um certo sucesso, mas nada estrondoso, até que foram reunidos por um ente misterioso, que os transforma em superastros em pouco tempo.
Daniel Atlas, interpretado por Jesse Eisenberg, é mestre em mágicas com cartas, que faz truques nas ruas, atraindo grandes grupos de espectadores. Herritt McKinney, Woody Harrelson (sim, o Haymitch), é um hábil hipnotizador. Já Henley Reeves, ex assistente de palco, agora se destaca na área do escapismo (aquele tipo de truque em que o mágico fica preso de alguma forma e precisa se soltar antes que algo seja desencadeado, no fim da contagem regressiva). E, por fim, Jack Wilder, interpretado por Dave Franco, realiza truques em público para poder roubar os pertences dos espectadores. 
Todos eles viviam suas vidas e praticavam sua mágica até que são descobertos por alguém (que devemos descobrir ao longo do filme), que os convoca, os reúne e, um ano depois, os transforma em The Four Horsemen (Os Quatro Cavaleiros), um quarteto de mágicos reconhecido mundialmente. E também perseguido. 
Além de estarem na mira de Thaddeus Bradley, um homem que lucra desvendando os truques de mágicos de sucesso, os Quatro Cavaleiros são perseguidos pela polícia por causa de seus shows, que envolvem uma filosofia meio Robin Hood: roubar fortunas para distribuir para os espectadores. E é aí que entra a dupla Dylan Rhodes e Alma Dray, um policial e uma agente da Interpol que devem investiga-los e achar um meio de prende-los. 



Assim se desenrola esse filme intrigante, agitado e surpreendente, que te faz ficar com os olhos presos à tela... até demais. No início do post, chamei o filme de zoeiro por realmente "zoar" com o espectador. Nada do que você pensa que é, é de verdade, e se você pensa que desvendou o segredo do filme, a não ser que você seja realmente ninja, você não descobriu nem metade.
Em um certo ponto me incomodou bastante por ser "tudo aquilo que você pensa que é na verdade não é" em um nível bem extremo. É como se o filme seguisse em uma direção para, no final de tudo, dar um mortal carpado e oferecer uma resposta completamente diferente, que chega a beirar o nonsense, tornando basicamente 99% de muitos atos do filme... inúteis.  
A sequência já começou a ser gravada e, embora eu tenha um certo receio com sequências de filmes desse tipo (que geralmente foram feitos para serem únicos e acabam estragados por sequências puramente comerciais), estou curioso para assistir (e trará, ainda, o ator Daniel Radcliffe no elenco).
Mesmo com essas reclamações, trata-se de um bom filme para entretenimento, e, se você buscar um filme que mescla ação, segredos, efeitos visuais e muitas revelações, não deixa de ser recomendado!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D