quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Vamos falar sobre: Orgulho e Preconceito

Oi, como vai? 
Hoje estou aqui para falar sobre o espetacular Orgulho e Preconceito, da mais nova integrante da minha lista de autoras favoritas Jane Austen! 
O clássico, que se passa na Inglaterra no século XIX conta a história da família Bennet: sr. Bennet, sra. Bennet (que, se não me engano, não tem seus nomes citados nenhuma vez durante o livro, são chamados apenas dessa maneira), Jane, Elizabeth, Kitty, Lydia e Mary. A família não vai muito bem das finanças, e quando o sr. Bennet morrer sua casa acabará sendo herdada por um estranho, já que não possui nenhum "filho homem". 
Mesmo contando um pouco a história de todos os membros da família, nossa protagonista é Elizabeth (Lizzy, Eliza, etc), que é justamente uma das melhores personagens do livro. Enquanto todas outras se preocupam apenas em arrumar bons partidos para se casar e levar uma vida cômoda, como era o costume da época, Lizzy chega a recusar pedidos de casamento e leva uma vida independente. Ela é, digamos, a mulher do século XXI, que não se sente tão dependente e submissa perante os homens (certamente Jane Austen não imaginou que viriam umas certas Anastasia Steele e Bella Swan).
"É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa"
Assim começa essa obra, e sintetiza muito bem o que move, digamos, esse livro. As mulheres da região ficam alvoroçadas com a chegada dos ricos sr. Bingley e sr. Darcy, que alugam uma casa para passar um tempo. A divertida sra. Bennet dedica sua vida a casar suas filhas, e não perde a oportunidade de empurra-las para eles. Em um dos bailes que frequentemente aconteciam na vizinhança, eles finalmente se conhecem, mas as primeiras impressões não são das melhores. Enquanto o sr. Bingley é instantaneamente adorado pela sra. Bennet por sua  amabilidade e simpatia, Darcy não cai nos gostos de muita gente por se portar de maneira extremamente esnobe, desprezando todos. Para piorar, enquanto Bingley trata Jane, a irmã mais velha, muito bem, e se apaixona à primeira vista pela donzela, Darcy despreza Elizabeth de tal maneira que chega a dar raiva.
Passadas as primeiras impressões do baile, os Bingley convidam Jane para passar uma tarde em sua casa. Vendo uma oportunidade de aproximar a filha do pretendente rico, a sra. Bennet faz com que ela vá à cavalo debaixo de forte chuva. Quando chega na residência deles, Jane já está dando indícios de gripe, que piora muito e a deixa de cama, fazendo com que passe lá vários dias (exatamente o planejado pela mãe da garota, o que é um tanto doentio). Para não deixar a irmã sozinha, Elizabeth vai até lá. E o mais interessante: como a mãe não quis disponibilizar uma charrete para que fosse, ela simplesmente foi a pé. Já aí Lizzy Bennet subiu muito no meu conceito!
Passando uns dias na mesma casa que Darcy, percebemos o comportamento dele para com ela mudar, e vemos um indício de paixão surgindo justamente por quem ele mais desprezou (e cuja beleza ele considerou "fraca" demais para atrair sua atenção), e o livro acaba se tornando uma história de amor diferente de todas as outras que você já viu, principalmente pelo modo como é contada (Jane Austen é rainha). 



À partir daí, não quero dar mais detalhes. Não seria exatamente spoiler, mas é legal ir descobrindo o livro aos poucos mesmo. Se você pensa que é parado, saiba que é mais agitado do que pode imaginar! Isso porque Elizabeth se envolve em muitas viagens (para casas de parentes e amigos), nas quais muita coisa acontece, enquanto conflitos (contados de maneira muito bem-humorada) sérios estão acontecendo dentro de sua própria casa!
Um dos principais elementos da trama é a fofoca. É incrível como uma coisinha que acontece aqui chega até lá bastante aumentada, e como a maioria das personagens (Lizzy é uma das melhores exceções) se preocupam mais com as aparências e como seus atos irão repercutir do que com as consequências mais diretas e que interferirão muito mais em suas vidas.
A escrita, embora não seja fácil, é muito gostosa de ser lida, e depois que se "pega no embalo" tudo flui facilmente. Além disso, os capítulos são bem curtinhos e sua composição lembra um pouco a de novelas: é como se uma cena fosse apresentada, fosse deixado um pequeno gancho e já seguíssemos para outra cena. Tudo isso em poucas páginas, o que não torna a leitura desgastante.
As coisas que mais gostei em Jane Austen foram, sem dúvidas, sua escrita e seus diálogos. Essa mulher escreve (ou escrevia, no caso) muito bem! Seus diálogos são muito bem construídos, e não há em momento algum diálogos bobos. Principalmente os momentos de Lizzy Bennet. Não importa com quem ela converse, Elizabeth sempre terá as melhores falas, que por si só já valem o livro.
Sem contar que é muito interessante ver o jogo de orgulho e preconceito (que dá nome ao livro) que ocorre entre Lizzy e Darcy: todo o orgulho de Darcy e o preconceito de Elizabeth para com ele, devido ao seu comportamento no primeiro baile, que depois pode ser percebido no orgulho de Elizabeth e o preconceito que Darcy tem com a família da mulher, o que o leva a tomar certas atitudes nada agradáveis, e assim vai.
Sobre o filme, não tenho tantos elogios. Embora a produção seja cuidadosa e fiel, achei incrivelmente chata e com atuações estranhíssimas (salvo apenas por Keira Knightley, nossa Lizzy). Um Bingley péssimo, um Darcy exageradamente inexpressivo (seu personagem, no livro, olha para todos com cara de desprezo, não com cara de sono, "cara de nada", como tem no filme. Resumindo, consegue ainda ganhar de Kristen Stewart em Crepúsculo, a situação não está fácil), não recomendo de maneira alguma (embora muitas pessoas tenham amado o filme, vai entender hahah). 
Adorei essa obra, adorei conhecer Jane Austen e já tenho agora sua coleção quase completa! Só faltam Razão e Sentimento e A Abadia de Northanger, que pretendo comprar logo. O próximo que pretendo ler de sua autoria é Emma, que me parece ser incrível.
Recomendo fortemente a autora, que se tornou uma de minhas favoritas, e o livro. Com seu estilo inconfundível, vale muito a pena conhecer e se deliciar com suas incríveis tramas!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

Um comentário:

  1. Adan,
    Preciso muito ler Jane Austen!!!
    Sempre ouvi falar muito bem dela, mas NUNCA LI NADA DELA!
    Que vergonha!

    Acho que vou começar por Orgulho e Preconceito.

    Além de nunca ter lido nada dela, eu também não assisti ao filme rsrsrs. Mas pelo que você falou das atuações, acho que não estou perdendo muita coisa rsrsrs

    Gostei da resenha e da maneira que você expôs sua opinião.
    Abraço!
    literamusicas.blogspot.com.br

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