sábado, 5 de outubro de 2013

Vamos falar sobre: Tormenta de Espadas


"Recomendo que desconfie de todos nas terras de Westeros, a não ser, é claro, de sua espada... Isso se estiver com plena certeza de que ela esteja em manejo por suas mãos... Proteja-se, pois no Jogo dos Tronos é cada um por si."
É com esta declaração de Fernando Valdiones, usuário de O Livreiro, que está presente na orelha (gigante) do livro, que começo a falar sobre Tormenta de Espadas, o meu livro favorito (até então) da minha série favorita de toda a vida (difícil tirar esse posto). Este terceiro livro é o com mais intrigas, reviravoltas e revelações inesperadas. 
O prólogo deste livro é sobre os guerreiros da Patrulha da Noite que estavam acampados no Punho dos Primeiros Homens, pra lá da Muralha, que são atacados pelos selvagens no meio da noite. George, como sempre, descreve tudo nos mínimos detalhes, o que traz a história para uma nova dimensão: como já falei nas resenhas de Guerra dos Tronos e Fúria dos Reis, não me sinto apenas lendo e sim no meio das cenas, olhando para os cantos e observando tudo a minha volta. Se formos olhar As Crônicas de Gelo e Fogo como um jogo de xadrez, no primeiro livro George nos apresenta as peças, no segundo as dispõe no tabuleiro e neste terceiro começa a jogar de verdade, levando algumas peças para lados inesperados no tabuleiro, descartando outras, dispondo novas e resgatando algumas que estavam do lado de fora. 
Vamos por partes:
Jon Snow, que no final de Fúria dos Reis se junta aos selvagens, agora convive com um dilema: quebra seus votos para a Patrulha e fica do lado dos selvagens, ou volta para a Muralha sob o risco de ser considerado vira-casaca e abandona Ygritte, que conheceu no meio dos selvagens e por quem se apaixonou? Neste livro os selvagens finalmente chegam até a Muralha, em cenas épicas de batalhas, mortes e mais surpresas.
Bran, que saiu de uma Winterfell completamente destruída, agora viaja ainda mais para o norte (no caminho contrário aos selvagens) para encontrar um corvo de três olhos, que lhe ensinará a "voar". Bran é a única reclamação que eu tenho a fazer. Ele é um personagem importantíssimo, sim, mas seus capítulos são sempre tão chatos. E quando eles finalmente ficam legais, acabam. Ele geralmente conta histórias do norte, que sua velha ama lhe contava, e muitas vezes dá uns detalhes importantes, mas no fim das contas todos os seus capítulos são de dar sono. 
Daenerys Targaryen, uma das minhas personagens favoritas e que perdeu um pouco o destaque em Fúria dos Reis, vem marchando rumo a Westeros, conquistando cidades e exércitos pelo caminho. Seus capítulos, ao contrário dos de Bran, são sempre dos melhores, com descobertas sobre as pessoas que estão a sua volta (inclusive algumas revelações sobre seu companheiro Jorah Mormont), estratégias e mais batalhas. 
Tyrion começa o livro se recuperando de um ferimento que quase o matou na batalha da Água Negra, e quando se recupera percebe que muitas coisas mudaram enquanto estava enfermo na torre do castelo. Tywin, seu pai, assumiu agora a função de Mão do Rei e Tyrion se tornou o novo mestre da moeda, enquanto Mindinho foi mandado para o Ninho da Águia para se casar com Lysa e trazer a força dos Arryn para os Lannister.
Ao contrário dos outros, neste livro o grande desfecho não ocorre em uma guerra. É um livro mais político, com alianças e casamentos para sela-las, intrigas e mortes, muitas mortes. 
Por falar em casamentos... neste livro tem o tão aguardado e ao mesmo tempo evitado Casamento Vermelho. Não darei mais detalhes para não estragar a leitura, mas posso dizer que é uma das cenas mais chocantes não só do livro, mas de toda a série. E tem uma fala de Stannis Baratheon que resume bem o livro: "Os casamentos se tornaram mais perigosos que os campos de batalha." 
George R. R. Martin, como todos sabemos, é brilhante, e deixa isso claro do início ao fim. Eu sempre fico imaginando a quantidade imensa de anotações que ele deve ter para que não deixe passar nada na história. Tudo é muito bem encaixado, não há espaços pra falhas (ou melhor, há espaço de sobra, com todos aqueles nomes e lugares, mas não há falhas). Tudo é muito bem explicado, e se não é, é porque ainda não é o momento certo para você descobrir.
O que eu mais gosto é que a história é completamente imprevisível. Como na vida real, não sabemos o que acontecerá na página seguinte (ou no dia seguinte). O único momento em que pensei que tinha desvendado algo da história descobri que não, não era nada do que eu tinha pensado (mas o que se deu acabou sendo melhor ainda). E mesmo com o único spoiler que recebi ainda fui surpreendido quando aquilo realmente aconteceu.
Neste livro conhecemos o lado de Jaime Lannister da história, conhecido por toda Westeros como Regicida. O segundo livro todo, Jaime passou como prisioneiro dos Tully, lá em Correrrio. Mas neste ele foi liberto por Catelyn e está sendo levado por Brienne de Tarth (que ainda acreditam ter matado Renly) para ser trocado por Arya e Sansa em Porto Real. O problema é que elas não estão em Porto Real, o que gera ainda mais problemas (e desencontros de cortar o coração).
Os personagens são muito humanos. Não há nada de batalha do bem contra o mal, os bonzinhos e os vilões. São batalhas de interesses, e nem sempre aquele que deseja algo diferente está errado. Os dilemas em que os personagens são colocados e as decisões que tomam são bem reais, e duvido que as pessoas, adaptando esses dilemas aos dias de hoje, tomariam decisões diferentes.
É... bem, perfeito!
Muitos personagens morrem. Personagens queridos. Personagens que farão falta. Mas não temos alternativa a não ser conviver com isso e continuar lendo. Mais uma vez, como a vida real. É um livro de fantasia, mas consegue ser mais real do que aqueles que se propõe a retratar a realidade.
Chegar ao fim da série vai me dando um aperto no coração... eu estou tão familiarizado com os personagens e tão enlevado pela história que não sei o que farei quando terminar A Dança dos Dragões. George anunciou Os Ventos do Inverno e Um Sonho de Primavera, os dois últimos livros dá série, mas apenas os nomes. Segundo ele, não é pra esperarmos o sexto volume antes de 2014, imagina só o último. Te entendo George, deve ser um processo muito trabalhoso escrever livros assim, mas se você morrer antes de publicar os dois últimos eu te mato.
É um livro sensacional, épico, surpreendente, etc etc. Enquanto Fúria dos Reis leva um tempinho para começar com a ação de verdade, Tormenta de Espadas tem ação do início ao fim. Alguns capítulos mais calmos ao longo, sim, mas nada que quebre o clima (talvez alguns capítulos de Bran, mas nada sério).
Todos aqueles que apreciam literatura fantástica ou simplesmente gostam de ler bons livros, que te prendem por horas a fio e te fazem se esquecer de que tem compromissos no dia seguinte, precisam ler está série.

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

2 comentários:

  1. Adorei sua resenha, Adan!
    Essa série também é minha preferida, e sou fã incondicional de Martin!
    Terminei de ler o 5º livro em fevereiro, então, a essa altura, já aprendi a conviver com a ansiedade pelo próximo... hehe
    Beeejo!

    http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/
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    1. Obrigado!!
      Dá até dor no coração me imaginar terminando o 5° livro, ao mesmo tempo que eu quero muito ler acho que eu vou enrolar muito na leitura pra ter o gostinho das surpresas do livro por mais tempo hahah

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